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HISTÓRIA
Estudar em casa: Como está sendo para estudantes de escolas públicas das favelas e periferias?

Em resposta à enquete do U-Report Brasil, 62,96% dos/as adolescentes afirmam que não estão satisfeitos com as atividades remotas.


Estudar em casa virou a realidade para muitas crianças e adolescentes, inclusive para quem vive nas favelas e periferias. Que a pandemia acentuou as desigualdades socioeconômicas enfrentadas por sujeitos que vivem regiões mais pobres é um fato visível, traduzido nos números de vítimas da nova doença; maiores nas favelas e periferias. Entre as desigualdades sociais, está a desigualdade educacional e o U-Report Brasil buscou mapeá-las através de uma enquete.


Ao todo, 735 adolescentes e jovens de favelas e periferias responderam à enquete. As respostas vieram de todas as regiões do país e os estados mais ativos na enquete foram São Paulo, Maranhão e Bahia


Quando questionadas/os se a escola pública onde estudam está desenvolvendo atividades para realizar em casa diante do isolamento social, 80,12% afirmaram que sim. Entre esses adolescentes, 15,02% não está conseguindo participar das atividades.


Dos que estão realizando as atividades, 27,27% contam com a ajuda de familiares para estudar - na maioria dos casos, 21%, das mães. No entanto, a maioria das/os adolescentes (53,75%), afirma que está realizando as atividades sem receber apoio de ninguém. E quando, questionados/as se houve atividades de avaliação durante o período de isolamento, 43,27% afirma que sim. 


“São muitas atividades, mas pouco conhecimento. Tem dias que não tenho acesso a internet, o que acaba atrasando a data de entrega, perdendo as atividades 

e os professores não explicam, nem tiram dúvidas”

  • Menina, 16 anos, branca, Rio Grande do Sul.


Quando questionados/as se estão satisfeitos/as com as atividades online, 62,96% afirma que não. Entre os principais motivos estão: a sobrecarga, o sentimento de não estar aprendendo, não conseguir entregar atividades, falta de acesso à internet e equipamentos, a dificuldade de entender as atividades online sem apoio de professores, atividades cansativas e difíceis de realizar pelo celular, estresse por não entender e acumular atividades, a dificuldade de manter a saúde mental bem neste momento difícil, a exaustão causada por atividades que só falam sobre o coronavírus, a falta de interação com professores e colegas e a dificuldade de conciliar com os estudos pro ENEM.


“Todas as atividades são relacionadas ao Covid-19 e são muito difíceis. 

Como trabalho, não estou conseguindo realizar as atividades.”

  • Menina, 15 anos, branca, Mato Grosso.


Entre os/as 37,04% que responderam que estão gostando sim ou mais ou menos, os motivos positivos foram: não precisar sair de casa, sentir que não ficará atrasado/a na escola quando voltar, poder ocupar o tempo com estudos, poder rever os amigos (mesmo que online) e a maior liberdade para montar a rotina de estudos.


“Tô gostando um pouco sim, mas tem muitas atividades pra fazer e as vezes nem dá tempo de entregar todas. Além disso, tão falando muito sobre o coronavírus e aí enche a cabeça da pessoa demais”

  • - Menino, 13 anos, negro, Paraíba.


Veja pelos números como nós estamos engajando as vozes da juventude para mudanças sociais positivas.
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